segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O NOME DA PRAÇA!

Em Cruz das Almas vivemos a herança maldita de sempre. Pela reprodução dos mesmos vícios, como no caso de intitular praças, parques, ruas e calçadas com nomes de pessoas. Pessoas que, diga-se de passagem, não é e nunca pertenceram ao povo, muito pelo contrário, eram figurões que desfrutaram de inúmeros privilégios frente aos demais pobres mortais – anônimos – na sociedade.
É antigo vício da bajulação em que a atual administração municipal copia, quando não o faz pela via das comendas e condecorações honrosas aos medalhões, que se estabeleceram por esta terra, o faz através das homenagens das denominações em logradouros públicos.
Desde meados dos anos 1980 que na historiografia brasileira críticas são feitas ao ensino da história baseada nos nomes de personagens, de heróis, de datas, mediante a linearidade da história como que resultado da sucessão de fatos, eurocêntrica e preconceituosa, definida, portanto, como tradicional e positivista.
Quão interessante vê que muitas cidades ganharam maior visibilidade pela manutenção de praça intitulada pelo aspecto de coletividade que representam. Como no exemplo da Praça da Aclamação, na cidade de Cachoeira; Assim como, inúmeros exemplos na cidade Salvador: Praça da Piedade, Praça Campo Grande e Praça da Sé são alguns dos exemplos.
Imaginemos a seguinte situação: ao invés de Praia de Copacabana, a denominação fosse Praia de Ramiro Eloy Passos; ao invés de Praia de Ipanema fosse Praia Lauro Passos.
Infelizmente, são ínfimas em Cruz das Almas as denominações de logradouros públicos cuja intitulação remeta ao caráter da coletividade. Praça do Lavrador e Praça do Soldado são as únicas que eu lembro!
Ora, Praça Multiuso Ramiro Eloy Passos! Dei-me uma garapa! Poupe-me!
Bom seria que fosse apenas falta de criatividade para denominar aquela – que vale ressaltar – foi construída com o dinheiro do contribuinte. Portanto, de todos. Da próxima vez abra um concurso para o povo criar o melhor nome para a praça, ou qualquer outro logradouro público. Até porque o povo já intitulou a Praça Multiuso de “Orla”. Aí – gostei!